Milton Soares Campos nasceu em Ponte Nova (MG), em 16 de agosto de 1900, filho de Francisco de Castro Rodrigues Campos e Regina Martins Soares Campos. Ingressou na Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1918. Nesse ano apoiou Francisco Sales e Nilo Peçanha, candidatos oposicionistas de Reação Republicana aos governos de Minas Gerais e da República, ambos derrotados. Ainda em seus tempos de universitário, travou amizade com jovens literatos da capital mineira, na sua maioria influenciados pelo modernismo, entre os quais Carlos Drummond de Andrade, Afonso Arinos de Melo Franco e Gustavo Capanema.
A partir de 1925, sem abandonar a advocacia, passou a dedicar-se profissionalmente ao jornalismo. Em 1930, ainda em Belo Horizonte, deu apoio à Candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República e, com a derrota de Vargas, também apoiou o movimento armado que depôs o presidente Washington Luís. No ano seguinte ingressou na Legião Mineira, organização de vida efêmera criada para dar apoio ao novo regime. Em 1932 foi nomeado advogado-geral do estado de Minas Gerais.
Em 1934 elegeu-se deputado estadual constituinte em Minas Gerais na legenda do Partido Popular (PP), agremiação que oferecia sustentação aos governos federal e estadual. Permaneceu na Assembleia Legislativa mineira até novembro de 1937, quando o golpe do Estado Novo decretou o fechamento de todas as casas legislativas do país. Nessa ocasião, manifestou-se contrário ao estabelecimento da ditadura varguista.
Durante o Estado Novo (1937-1945), dedicou-se ao ensino superior e à advocacia, presidindo a seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Após o início da Segunda Guerra Mundial, ingressou na Sociedade Amigos da América, entidade que defendia o apoio aos Aliados e aos regimes democráticos.
Figurou entre os signatários do Manifesto dos Mineiros, documento divulgado em outubro de 1943, representando a primeira iniciativa de envergadura dos setores liberais contra o Estado Novo. Sofreu, por isso, exoneração do cargo de advogado da Caixa Econômica Federal.
Com o início do processo de redemocratização do país em 1945, foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), agremiação que reunia a oposição liberal ao Estado Novo. Em dezembro desse ano elegeu-se deputado federal constituinte por Minas Gerais. Dois anos depois venceu a eleição para o governo mineiro numa ampla coligação que, além da UDN, incluía dissidentes do Partido Social Democrático (PSD), o Partido Republicano do ex-presidente Artur Bernardes, integralistas e comunistas. Terminou seu mandato em janeiro de 1951, transferindo o governo a Juscelino Kubitscheck, eleito pelo PSD.
Em outubro de 1954 voltou a eleger-se para a Câmara Federal. Em abril do ano seguinte assumiu a presidência nacional da UDN, e nesse mesmo ano foi lançado como candidato udenista à vice-presidente da República compondo a chapa com o general Juarez Távora, sendo ambos derrotados pela chapa Kubitscheck-João Goulart. Em maio de 1957 afastou-se da presidência da UDN. Em outubro do ano seguinte, elegeu-se senador por Minas Gerais. Dois anos depois voltou a concorrer à vice-presidência da República, sendo novamente derrotado por João Goulart.
Participou ativamente das articulações que levaram ao golpe militar de 1964, que afastou Goulart da presidência. Em abril desse ano, logo após a instalação do novo regime, foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Castelo Branco. Deixou o cargo em outubro de 1965, retornando ao Senado. Filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido criado após a instalação do bipartidarismo e base de apoio ao regime militar, renovou seu mandato de senador em 1966.
Morreu em Belo Horizonte em 1972.
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Fontes:
Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001, v. I, p. 1017-1024.
Dicionário Brasil e Brasileiros de Hoje. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana, 1961, v. I, p. 247.
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