Jornalista, militando por mais de vinte e cinco anos no corpo de redatores do “Jornal do Comércio”, Waldyr Niemeyer, embora riograndense do sul, nascido em 26.02.1895, iniciou sua vida pública como agente do Lloyd Brasileiro em Belém do Pará, onde permaneceu alguns anos.
Posteriormente, foi nomeado para exercer as funções de Cônsul na República Oriental do Uruguai, situação em que o surpreendeu a Revolução de 1930.
Readmitido pouco depois por determinação do saudoso Presidente Getúlio Vargas, serviu no Departamento Nacional do Trabalho, onde exerceu as funções de Diretor de Seção e de Secretário, na administração Afonso de Toledo Bandeira de Melo. Ali foi buscá-lo o Ministro Agamenon Magalhães para, em seu Gabinete, exercer as atribuições de Assistente-Técnico, que cumpriu com brilho e inteligência invulgares.
Na gestão do Ministro Waldemar Falcão continuou Assistente-Técnico. Mais tarde deixou esse posto para se encarregar, no mesmo Gabinete, dos assuntos relativos à Organização Internacional do Trabalho (O.I.T.), tendo voltado ao posto de Assistente-Técnico, mais tarde, no Gabinete do Ministro Octacílio Negrão de Lima.
Exerceu, ainda, interinamente, as funções de Chefe de Gabinete na administração de João Carlos Vital, Ministro interino, e, em caráter efetivo, nas administrações dos Ministros Danton Coelho e Napoleão de Alencastro Guimarães.
No Ministério da Justiça e Negócios Interiores atuou como Oficial de Gabinete do Ministro Agamenon Magalhães e Assistente do Ministro Alexandre Marcondes Filho.
Representou o Brasil em várias oportunidades na Organização Internacional do Trabalho, da qual era um dos técnicos sul-americanos permanentes, em matéria de previdência social.
Exerceu também com proficiência o cargo de Diretor-Geral do Departamento Nacional de Previdência Social.
Já enfermo, exerceu as funções de Chefe de Gabinete do Ministro Napoleão de Alencastro Guimarães e, interinamente, as de Ministro de Estado.
Professor do “Curso de Legislação Social do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio”, pronunciou, nessa qualidade, uma série de conferências sobre Direito do Trabalho na Escola do Estado Maior do Exército, enfeixadas, posteriormente, em precioso volume.
Representante do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio no Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria e no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; Consultor Técnico do Conselho Nacional de Estatística; membro, como representante do Ministério, da Comissão de Desenvolvimento Industrial; e integrando ainda, no Ministério da Justiça, a importante Comissão dos Negócios Estaduais – sempre se houve, em todas as funções, com impecável conduta e brilhante inteligência.
Participou de grande número de comissões internas, sendo uma das principais, sem dúvida, a que elaborou a primeira legislação sindical depois de 1930 (Decreto nº 19.770, de 1931), e, de igual valor, a que redigiu projeto instituindo o “imposto sindical”.
Era portador das seguintes medalhas: Congresso Nacional dos Hospitais; Barão do Rio Branco; Marechal Souza Aguiar; Marechal Hermes da Fonseca; e Marechal Caetano de Faria.
Patriota permanentemente preocupado com os problemas econômicos e sociais, publicou diversos livros e escreveu inúmeros artigos no “Jornal do Comércio” e em outros órgãos da Imprensa carioca, inclusive sobre os seguintes assuntos:
– “À margem do Tempo” (Estudo sobre a integração alemã no Brasil), 1920;
– “Expansão Econômica e Propaganda Comercial”, São Paulo, 1927;
– “Ce que nous sommes”, Rio de Janeiro, 1927;
– “Brasil-Alemanha”, Rio de Janeiro, 1928;
– “Brasil-Estados Unidos da América” (As relações comerciais dos dois países através de suas estatísticas), Rio de Janeiro, 1929;
– “Brasil-Argentina (O que registram as estatísticas do intercâmbio comercial entre os dois países), Rio de Janeiro, 1929;
– “Nossos concorrentes” (O Brasil, sua produção agrícola e os concorrentes da Ásia e da África), Rio de Janeiro, 1929;
– “O japonês no Brasil” (Um aspecto do problema imigratório), 1932;
– “Movimento sindicalista no Brasil”, Rio de Janeiro, 1935; e
– “Curso de Legislação Brasileira do Trabalho”, Rio de Janeiro, 1936.
Waldyr Niemeyer nos deixou, prematuramente, em 26.01.1956. Afável, compreensivo, amigo e, sobretudo, leal, foi sempre figura benquista por todos que o conheceram, em particular pelo funcionalismo do Ministério do Trabalho e, de modo geral, pelos trabalhadores do Brasil.
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Fonte: Texto extraído do Relatório dos deputados José Lopes e Armando Falcão, concernente ao Projeto de Lei nº 3188/1957, sobre a dotação orçamentária do Ministério da Fazenda destinada aos pensionistas da União.
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