Lindolfo Collor

Lindolfo Leopoldo Boekel Collor nasceu em São Leopoldo (RS), em 1890.

Farmacêutico, formado em Porto Alegre, jamais exerceu a profissão, preferindo dedicar-se à imprensa. Iniciou sua carreira de jornalista em Bagé, onde residiu entre 1909 e 1911. Nesse ano transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar no Jornal do Comércio, frequentando, ainda, os meios literários da cidade. Casou-se em 1914 e assumiu a direção do jornal A Tribuna, pertencente ao seu sogro, o deputado paranaense Bartolomeu de Souza e Silva.

Em 1919, voltou a Porto Alegre para dirigir A Federação, órgão oficial do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), a convite de Borges de Medeiros, principal líder da agremiação. Em 1921, elegeu-se deputado estadual pelo PRR. Em seus editoriais em A Federação condenou o levante tenentista de 1922, enfatizando a necessidade de defesa da ordem. No ano seguinte, elegeu-se deputado federal e voltou ao Rio de Janeiro. Ali, tornou-se o redator-chefe de O País. Na Câmara Federal integrou as comissões de Diplomacia e Tratados e de Finanças, ocupando ainda a liderança do PRR.

Foi articulador destacado da chapa oposicionista da Aliança Liberal, que lançou o nome de Getúlio Vargas para concorrer nas eleições presidenciais de 1930. Redigiu o manifesto da Aliança e dirigiu o jornal A Pátria, porta-voz oficial da coligação. Com a derrota eleitoral de Vargas, teve participação importante nos preparativos revolucionários. Foi o encarregado de buscar o apoio militar da guarnição sediada no Distrito Federal, tendo obtido a promessa de neutralidade da alta cúpula militar. Participou do desencadeamento do movimento em Porto Alegre e foi a Buenos Aires adquirir armamentos. Após a deposição de Washington Luís por uma junta militar, dirigiu-se, em companhia de Oswaldo Aranha e Hercolino Cascardo, ao Rio de Janeiro para negociar a transferência do poder para as mãos dos revolucionários.

Empossado o novo governo, uma das primeiras medidas tomadas foi a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, cuja chefia foi entregue a Lindolfo Collor. À frente dessa pasta promoveu profundas alterações no tratamento dado à questão social no país, ocupando-se do reconhecimento de entidade sindicais, da constituição de juntas de conciliação para os conflitos entre patrões e empregados, da regulamentação da jornada diária de trabalho, da regulamentação do trabalho feminino e infantil, entre outros aspectos.

Demitiu-se do ministério em março de 1932 por discordar do papel nele exercido pelos setores vinculados ao tenentismo. Voltou, então, a Porto Alegre defendendo a volta do país ao regime constitucional, reassumindo a direção de A Federação. Envolveu-se com a Revolução Constitucionalista de 1932 e, com a derrota do movimento, exilou-se na Argentina.

Em 1933, cobriu para os Diários Associados o conflito militar entre Paraguai e Bolívia na região do Chaco.

Anistiado, voltou ao Brasil em agosto de 1934. Em outubro disputou, sem sucesso, uma vaga na Câmara Federal. Em 1936 assumiu a Secretaria de Finanças do Rio Grande do Sul. No fim desse ano, rompeu com o PRR e fundou, junto com outros dissidentes, o Partido Republicano Castilhista, de existência efêmera. Nessa ocasião, manifestou apoio à candidatura presidencial do governador paulista, Armando Sales de Oliveira às eleições previstas para janeiro de 1938, que acabou não se realizando em virtude do golpe de estado de Vargas que implantou o Estado Novo.

Em seguida, dedicou-se à iniciativa privada. Mesmo assim foi encarcerado entre abril e outubro de 1938, acusado de conspirar contra o governo. Exilou-se, então, na França e em Portugal. Em fins de 1941, retornou ao Brasil. Nos meses seguintes, mesmo em estado de saúde precário, foi detido algumas vezes por criticar o governo.

Morreu em setembro de 1942, no Rio de Janeiro. Um dos seus netos, Fernando Collor de Melo, foi presidente do Brasil entre 1990 e 1992.

Fonte: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/lindolfo_collor

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