A ABDT PERDE UM DE SEUS EXPOENTES: NEY PRADO
Com imenso pesar, a Academia Brasileira de Direito do Trabalho comunica o falecimento do Acadêmico Ney Prado, ocorrido nesta segunda-feira, 03.06.2019.
O saudoso Confrade foi um ser humano completo, intenso, extraordinário, de inteligência rútila. Como magistrado sempre exerceu, com proficiência, a nobre missão de iluminar o texto das leis, atribuindo-lhe o melhor sentido e a aplicação mais justa; como estudioso da Ciência do Direito, em todas as suas dimensões, procurou, incansavelmente, propor as soluções mais favoráveis ao bem comum; e como pessoa, simplesmente, demonstrou ter os atributos da inteligência viva, da cultura diversificada, bem assim da generosidade, da afabilidade, da lhaneza de trato, do fino humor e tantos outros predicados para estabelecer a fraternal convivência humana.
Com tais virtudes, ele se coloca, por certo, entre as grandes personalidades que concorreram para o engrandecimento do Direito e da Justiça do Trabalho no Brasil. Que descanse em paz.
O velório será realizado a partir das 11h de hoje, terça-feira, 04.06.2019, no Crematório Memorial, localizado na Rua Suécia, 56 (antiga R. Dr. Jorge Balduzzi, 520), Jardim Mimas, Embu das Artes (SP), com entrada pelo quilômetro 275 da Rodovia Régis Bittencourt. A cerimônia de cremação será promovida às 14h no mesmo dia e local. Condolências podem ser enviadas por e-mail (aide@aide.org.br), telefone (11) 3031-0331 ou encomenda para Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1.234, conjunto 161, 16º andar, CEP 01451-001, São Paulo/SP.
À família enlutada, o corpo acadêmico apresenta suas mais sentidas condolências.
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Formado em Direito e Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, Ney Prado obteve o título de Mestre em Ciências Políticas na Universidade de Wisconsin-Madison. Ainda estudante de Direito, atuou como estagiário em escritório de advocacia trabalhista dos mais conceituados de São Paulo, sob a direção dos juslaboralistas Maurício Granadeiro Guimarães e Francisco Carlos de Castro Neves. Tendo sido este último nomeado Ministro do Trabalho em 1961, Ney Prado assumiu a Chefia de seu Gabinete, deslocando-se para Brasília. Logo a seguir, em 1962, ingressou na magistratura trabalhista, mediante concurso, presidindo diversas Juntas de Conciliação e Julgamento, entre elas, por mais tempo, a de Osasco. De 1974 a 1979, afastou-se da atividade judiciária para cursar a Escola Superior de Guerra, passando a integrar o corpo docente daquele centro de estudos. De 1979 a 1983, representou o Brasil no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington, exercendo as funções de Chefe da Divisão Política. Em 1983, passou a integrar o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Participou, ainda, da Comissão dos Notáveis ou Comissão Afonso Arinos, da qual foi também Secretário-Geral. Em sua extensa e vitoriosa carreira figuram atividades e realizações da maior importância, tendo sido membro de inúmeros órgãos e entidades como: Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio de São Paulo; Conselho Técnico da Confederação do Comércio do Rio de Janeiro; Conselho Consultivo do Centro de Integração Empresa Escola de São Paulo; Centro de Estudos Estratégicos e do Conselho Econômico da FIESP; Academia Brasileira de Direito do Trabalho; Academia Paulista de Direito; Academia Paulista de Ciências Jurídicas; Academia Paulista de História; e Academia Internacional de Direito e Economia, que também presidiu a partir de 2016. Na esfera do ensino, marcou presença como professor de Ciência Política da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e da Escola Superior de Guerra (ESG), tendo sido Coordenador do Curso de Especialização em Direito do Trabalho e professor de Direito Constitucional do Centro de Extensão Universitária (CEU), além de receber o título de Professor Emérito de Comando do Estado Maior do Exército (ECME). Nas letras jurídicas, pontificou com a publicação de inúmeras obras que se tornaram referências para os estudiosos do Direito, como: Os Notáveis Erros dos Notáveis, Razões das Virtudes e Vícios da Constituição de 1988, Direito e Processo do Trabalho em Transformação, Direito Sindical Brasileiro (Estudos em homenagem ao Prof. Arion Sayão Romita), Economia Informal e o Direito no Brasil, Reforma Trabalhista, Os Pilares do Direito do Trabalho (em coautoria com Ives Gandra da Silva Martins Filho e Nelson Mannrich). Além de todos os predicados até aqui elencados, vale ressaltar que Ney Prado foi um ser humano completo, extraordinário. Como magistrado sempre exerceu, com proficiência, a nobre missão de iluminar o texto das leis, atribuindo-lhe o melhor sentido e a aplicação mais justa; como estudioso da Ciência do Direito, em todas as suas dimensões, procurou, incansavelmente, propor as soluções mais favoráveis ao bem comum; e como pessoa, simplesmente, demonstrou ter os atributos da inteligência viva, da cultura diversificada, bem assim da generosidade, da afabilidade, da lhaneza e tudo mais que pode estabelecer a fraternal convivência humana. Com tais virtudes, ele se coloca, por certo, entre as grandes personalidades que concorreram para o engrandecimento do Direito e da Justiça do Trabalho no Brasil.